A Fundação Renova (responsável por gerir os programas de reparação, restauração e reconstrução das regiões impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão) anunciou, nesta segunda-feira (25), repasse de R$ 600 milhões para os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, como parte da compensação pelo acidente em Mariana, ocorrido no dia 5 de novembro de 2015. Desse montante, R$ 227,5 milhões serão destinados a obras em Minas, e a previsão é que cerca de 100 mil empregos sejam gerados nos dois Estados durante as atividades.
Uma das ações beneficiadas pelo repasse é a finalização do Hospital Regional de Governador Valadares, na região do Rio Doce. O governador Romeu Zema também havia anunciado, no fim de abril, que o hospital vai receber um valor de outro pagamento, da Vale. Do repasse anunciado pela Renova, cerca de R$ 75,3 milhões serão investidos na unidade, contribuindo para a disponibilização de 265 leitos no hospital — 50 de UTI — e nove salas de cirurgia. Como as obras ainda não têm prazo para começar, a instituição não arrisca dizer se as unidades chegarão a atender pacientes durante a pandemia da Covid-19.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) define Governador Valadares como polo de atendimento na macrorregião Leste de Minas, responsável por concentrar procedimentos de 1,5 milhão de pacientes de 86 cidades.
“Uma em cada cinco operações de alta complexidade, que deveriam ser feitas em Governador Valadares, são direcionadas a outras regiões, principalmente Belo Horizonte. Ou seja, uma em cada cinco pessoas que necessitam das operações passam por esse transtorno de ficar longe de casa”.
Outra parte dos R$ 227,5 milhões repassados pela empresa vai ser destinada a rodovias mineiras: R$ 12 milhões para melhorias na MG-900, que leva ao Parque Estadual do Rio Doce, e R$ 128 milhões para a pavimentação da MG-760, que conecta a região do Rio Doce à Zona da Mata — entre a BR-262 e São José do Goiabal-Cava Grande.
Um outro repasse de R$ 12,2 milhões será feuti para o município de Rio Doce, que implantará um complexo de indústrias em uma área de 5.500 m² na cidade. De acordo com comunicado da fundação, a ideia é atrair novas empresas, inclusive do setor de serviços de base tecnológica. Segundo a Renova, isso é uma tentativa de compensar os impactos da interrupção da operação da usina hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como Candonga, após o rompimento da barragem.
Nenhuma das obras têm prazo para começar ou terminar, mas a Fundação Renova argumenta que está na fase final de negociação com o governo dos dois Estados para definir mais detalhes.